sábado, 21 de setembro de 2013

Inesperado Cotidiano

E hoje enquanto relaxava no chão da minha sala de estar...olhei para o lado, na direção oposta a janela, e lá estavam elas, as três. Nunca as havia visto tão encantadoras!

Minhas gatas me fitavam com encanto no olhar que eu jamais havia visto.

Leela (a gata mãe) estava em cima da pequena estante da televisão e olhava de um lado para o outro como guardião de um dos lados do templo.

Movimentava sua cabeça para lá e pra cá mesmo sem eu perceber qualquer ruido no ambiente. Mais parecia uma coruja que um gato. O que será que tanto olha? (pensei...)


As outras duas continuavam olhando pra mim. E parecia que também, além de mim...



Foi aí que eu os vi!

Que beleza!

Adoro contemplá-los!

Saindo assim detrás das árvores, em meio a floresta densa, com suas máscaras, por onde só conseguimos perceber seus olhos observadores e profundos. Carregam aquele olhar de quem conhece bem onde esta e o que pode acontecer. E melhor ainda, é conhecedor do que é capaz de fazer, perante qualquer situação que ali ocorrer.

Como descrever tamanha beleza!

Os corpos fortes! Forjados pela natureza que na simples expressão de si mesma, exige vigor de quem a habita e quer nela fazer morada.

Chegam como felinos silenciosos sabendo como pisar na relva abandonada pelo inverno.
Carregam em si a Magia, que se mostra sem esforço. Tudo é fluido e naturalmente envolvente.

Observavam dali a batalha que acontecia mais adiante. Entre pessoas que não pertenciam ao seu grupo, porém estavam em território muito próximo de suas casas, portanto muito perto de romper com sua paz.

O mundo dos sonhos já os havia avisado. E já sabiam também de que lado deveriam ficar. Pois nem todos que estavam lá, carregavam a maldade.

Sábios que são, apenas observavam, no aguardo da necessidade do uso de sua forma guerreira.


Curta, mas certamente, a cena mais marcante da semana.


Porque as vezes o melhor é fazer nada e observar.

sábado, 13 de julho de 2013

Noturna



Durante o dia uma curandeira que cura e cuida.

Cuida dos outros, dos filhos, dos que a procuram... Cuida do mundo!

Anda por aí de branco, quase imaculada, sente-se nela o traço de Deus.

Séria, determinada, precisa.

Faz o que precisa ser feito. Não por si, mas pelo outro. Apenas pelo outro.

Mas o dia vai caindo. Chega o entardecer...

Ela vai mudando, uma energia dentro de si se modifica...

Algo nela se espreguiça, um longo banho a purifica e a transformação começa.

Ela vai se empoderando de algo que é seu, apenas seu de mais ninguém.

O olhar torna-se profundo, o cabelo se penteia num outro formato, seu semblante torna-se misterioso e seu sorriso convidativo assim como seu corpo.

Deleita-se consigo mesma e em seu leito aguarda segura sua completude.

Aquele que chega e à aceita. Compreende seu poder e sabendo o que é plenitude, sem medo se entrega.

Aquele que considera seu Deus, a quem confia tudo e o único capaz de desvendar seus mistérios.

Não por maior poder mas por saber ser cúmplice.

Vi seu rosto estampado do espelho...

E então...

Apaixonei-me


sexta-feira, 12 de julho de 2013

Mentira









E lá fiquei eu quieta...

Tudo era silêncio e escuridão em minha casa. Nem a porta se movia. Nem a folha la fora era o vento que a mexia.

A incompetência caia como uma grande âncora em meus ombros e lá fiquei imóvel dentro daquela casa que não parecia ter mais vida alguma.

Desfaleci...

Adormeci...

Respirava apenas as memórias daquela vida toda que um dia eu fui!

Inspira e expira apenas. No tum tum do meu coração e... Silêncio!!!

Porém, num momento qualquer, sem saber se era dia ou noite, abri os olhos e ouvi: "Mentira"

A partir daí um novo inspirar se apoderou de mim e foi numa crescente dissipando a escuridão que me assustava, que punha tanto medo...Não que tenha sido instantâneo, algumas estagnações ainda no caminho, mas sempre uma crescente...

Vida que era apenas lembrança voltava a dançar comigo agora e me sentia leve, e livre novamente.

A vida brotava em todas as direções, de todas as formas e cores. A Mentira da impotência havia se findado.

A decisão que resta...

Qual expressão terá o desenho desta nova vida.

E o poder retorna às mãos do criador!